
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, numa retaliação às ações legais em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida gerou forte reação por parte do governo brasileiro, que classificou a atitude como interferência política e estivemos prontos para aplicar tarifas retaliatórias equivalentes.
Efeito político para Bolsonaro e Lula
Contrariando as expectativas de fortalecer Bolsonaro — aliado próximo de Trump — a ofensiva acabou favorecendo o presidente Lula. A narrativa de “choque externo” unificou a opinião pública, elevou o apoio popular e estimulou sentimento nacionalista em defesa da soberania brasileira. Setores da economia e correntes políticas conservadoras passaram a apoiar Lula em resposta ao que consideraram uma “chantagem”.
Impactos econômicos
Apesar do tom agressivo, as tarifas parecem pouco realistas e podem acarretar efeito limitado na economia global. Porém, se implementadas, poderiam impactar gravemente setores brasileiros-chave, como agronegócio, aeroespacial e mineração, reduzindo o PIB em até 1,2%.
Retaliação estratégica
O governo brasileiro reagiu com firmeza diplomática, convocando o embaixador dos EUA e preparando medidas de reciprocidade com base na legislação nacional. A combinação de retórica e ações concretas sinalizou disposição para escalada ou retórica de contenção, dependendo do desenrolar das negociações.
Risco de guerra comercial e repercussão externa
O embate entre Brasil e EUA reacendeu temores de uma guerra comercial, lembrando confrontos como o entre EUA e China. Aliados como China, Argentina e México demonstraram apoio ao Brasil, enquanto o Mercosul e a diplomacia nacional defenderam a busca por resoluções multilaterais.
Conclusão
A ameaça de Trump, longe de reforçar Bolsonaro, acabou consolidando apoio a Lula e intensificando o orgulho nacional contra pressões externas. A controvérsia serviu como catalisador para fortalecer o governo atual e reacender o debate sobre o papel do Brasil no cenário global, sobretudo em meio à conjuntura da eleição de 2026.