
O chamado “Stonehenge da Amazônia”, conhecido como Círculo Megalítico de Calçoene, é um sítio arqueológico localizado no município de Calçoene, no estado do Amapá. Este monumento intrigante consiste em 127 blocos de granito dispostos em um círculo de aproximadamente 30 metros de diâmetro, com algumas pedras atingindo até 4 metros de altura. Acredita-se que a estrutura tenha sido construída por povos indígenas pré-coloniais há cerca de 1.000 a 2.000 anos.
As características do círculo sugerem que ele pode ter funcionado como um observatório astronômico. Uma das pedras, por exemplo, foi posicionada de forma que, no solstício de inverno (21 de dezembro), não projeta sombra alguma, indicando um conhecimento avançado dos movimentos solares por parte de seus construtores. Outras pedras também estão alinhadas com eventos astronômicos significativos, reforçando essa hipótese.
Além de sua possível função astronômica, o local também apresenta evidências de práticas cerimoniais e funerárias, como urnas cerâmicas e poços funerários encontrados nas proximidades. Esses achados indicam que o sítio tinha múltiplas finalidades, sendo um centro importante para as comunidades que ali viviam.
O Círculo Megalítico de Calçoene está situado em uma área de preservação ambiental que ainda enfrenta desafios em termos de acessibilidade e infraestrutura para visitantes. No entanto, esforços estão sendo feitos para transformar o local em um destino turístico e educacional, promovendo a valorização e preservação desse patrimônio cultural único.
A descoberta e o estudo contínuo do chamado Stonehenge da Amazônia ampliam o entendimento sobre as civilizações pré-colombianas na região amazônica e desafiam percepções anteriores sobre a complexidade social e tecnológica desses povos. O monumento destaca a rica herança cultural brasileira e a importância de preservar e estudar os vestígios de sua história ancestral.